Vamos acompanhar semanalmente o mandato do prefeito tucano João Dória à frente da Prefeitura de São Paulo. O Gestor, como ele bem frisa, terá muito trabalho no comando da maior cidade da América Latina, e estaremos atentos a todas as suas ações. Portanto, todo sábado, traremos aqui um compilado do que o mandatário realizou em suas atribuições.



14ª Semana De “Edir, Edir e Edir” na Vila Prudente à contradições “tieteenses”





Imagino que parece repetitivo, mas vamos lá. No domingo pela manhã, sob os gritos de “Edir Edir Edir”, Dória acompanhado da vereadora Edir Sales (PSD), que não largara o prefeito por nada, esteve tapando buracos pelas calçadas em parte da Vila Prudente, na Zona Leste. 


Na segunda-feira (03), o prefeito se reuniu, mais uma vez, com representantes do Governo do Estado, da secretaria de Assistência Social da Prefeitura e alguns civis para traçar planos do programa Redenção. Com olhar direcionado a região da Cracolândia, no Centro, o Redenção de Dória é o substituto do, tão criticado pelo prefeito, Braços Abertos da gestão passada. Ainda no primeiro dia útil, números atualizados daquele que tem sido, até o momento, a única ação dessa gestão na área de Saúde Municipal, o Corujão dava como zerada a tal fila. A Prefeitura divulgou, com direito a informe publicitário na TV, o fim daquela fila de 485 mil pessoas que esperavam para a realização de exames de ultrassom, tomografia, ecocardiograma, mamografia e ressonância magnética. Bom lembrar que essa é a primeira parte de todo um complexo tratamento, e parece que a Prefeitura sabe disso. Em uma das mensagens veiculadas, ainda em comemoração por ter cumprido a promessa antes do prazo, Dória tinha falado em 90 dias e a fila zerou antes em 83 dias de programa, ela disse que tem “ciência de que o processo é longo e que continuará auxiliando os pacientes”. Estranhamente, Dória, até o momento, não falou nada em relação à construção de hospitais ou parcerias com os Governos Estadual e Federal para o aumento no número de UBS na cidade.  A gestão passada tinha prometido a entrega de três hospitais. Haddad conseguiu inaugurar apenas um e deixou dois em construção, um na Brasilândia, no extremo da Zona Norte, e Parelheiros, na Zona Sul. Ambas as obras paradas e que, de acordo com o secretario de Fazenda, Caio Megale, não há qualquer perspectiva de dar sequência às construções. Enfim, a fila zerou. 


Ainda essa semana, a polêmica envolvendo a retirada de cobradores de ônibus de alguns coletivos da cidade deixou passageiros confusos, e a classe de motoristas e cobradores apreensivos. A Prefeitura assegura, baseada em números da SPTRANS, que a cada 100 passageiros, 6 pagam em dinheiro, ou seja, para ela, não há razão para a presença do cobrador. A Prefeitura ainda testa nossa capacidade cognitiva, e diz que os funcionários serão remanejados para outras áreas.  


Na terça (04), o vandalismo promovido nos banheiros recém-inaugurados no Parque Ibirapuera, tomou conta de parte da pauta do prefeito. Dória gravou um vídeo em que disse repudiar ações como as ocorridas no Parque. Em uma parceria da Prefeitura, alguns grafiteiros e a Iniciativa Privada, os banheiros foram inaugurados semana passada e tiveram lavabos furtados, espelhos e estrutura de modo geral quebrados. Ainda terça (04), depois de AACD e GRAAC, a Casa HOPE, instituição de apoio à criança com Câncer, foi a terceira a receber a doação dos pouco mais de R$ 17 mil do salário do prefeito.  


A semana ainda teve reunião do prefeito com representantes do consulado chinês, na terça (04), para ajustes prévios à viagem que Dória fará a terra de Mao em julho. Na quarta (05), um almoço com a princesa da Espanha, Elena de Borbón y Grecia, antecipou o momento showbiz intrínseco do prefeito que realizou, ainda na quarta (05), o primeiro sorteio do programa Sua Nota Vale 1 Milhão.  O programa é um incentivo para que consumidores solicitem nota fiscal, a nota paulistana, pelo comércio municipal. 


Na quinta (06), o quase tradicional Olho no Olho, programa do prefeito no Facebook, recebeu o ex-jogador de basquete, vulgo “gigante”, Oscar Schmidt, para comentar a gestão de Dória. Mais um para o seleto grupo de especialistas notáveis do prefeito João Dória. 


A semana, curiosamente, ainda nos presenteou com uma evidente contrariedade de João Dória. Na terça (04), a CET divulgou números de acidentes com vitimas e mortos nas Marginais Tietê e Pinheiros depois das alterações nas velocidades máximas. Os números não foram favoráveis e engrossaram o coro de que o aumento nas velocidades acarretaria elevados números de acidentes, ratificado pelo levantamento da CET. O prefeito chegou a falar que os números estão “sob controle”, porque, segundo ele, a CET aumentou o número de agentes que monitoram as vias, e que havia uma “central de monitoramento” só para as marginais, pelo programa recém-criado Marginal Segura. Já na sexta (07), especificamente na madrugada de quinta para sexta, chuvas torrenciais elevaram os níveis dos rios, especialmente o Tietê, alagou alguns trechos da Marginal e evidenciou mais uma área que essa gestão não tem levado a serio. Fato é que um caos tomou conta da cidade e a tal “central de monitoramento” não estava em funcionamento. Apuraram que essa “central” foi desligada por problemas com goteiras na estrutura do prédio. Dória disse que a chuva foi “surpreendente”, tão surpreendente que nem a central conseguiu prever.


Na noite de sexta (07), Dória se reuniu para tratar do Centro Temporário de Acolhimento (CTA) que terá sua primeira instalação inaugurada no próximo dia 25 de abril. De acordo com o prefeito, serão construídos mais alguns desses centros que contam com capacidade para 200 pessoas, espaço para estacionar carroças, além de canis. 

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Claudio Porto

Jornalista independente.

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1 comments so far,Add yours

  1. As pessoas estão cegas pela PUBLICIDADE, vivem bradando pelas ruas: "Dória está fazendo o que pode, melhor que quem não faz nada". Ora, Dória está fazendo uma boa PROPAGANDA MASSIFICADORA e está administrando a cidade como se fosse uma EMPRESA, esquecendo que PESSOAS vivem nela.

    Exemplo claro disso é a questão dos cobradores de ônibus, ora, eles não estão lá somente para "dar lucro", eles auxiliam o motorista no desembarque de passageiros, fora que é impossível que todos os habitantes tenham sempre carga em um bilhete único. Logo, enquanto houver um passageiro a pagar com dinheiro, em todo o universo de habitantes da cidade, mesmo que não houvesse (e há) a questão do auxílio ao piloto, o correto é ter o cobrador, o "co-piloto" do coletivo. Além do mais, as empresas são PRIVADAS, como Dória pode ter tanta certeza assim que eles serão remanejados, que os Farmacêuticos da Prefeitura serão contratados pelo Sidney ou por outros, conversa pra IMBECIL cair e imbecil não falta.

    Fora isso, ainda essa estarrecedora constatação de que saúde é só exame, NÃO, não é. Ok, Haddad errou feio ao pensar numa gestão de oito anos e deixar as coisas pela metade, mas PARAR OBRAS?? Isso nos remete a um retrocesso de três, quatro décadas, onde um sucessor parava tudo do antecessor por que não "simpatizava com ele", isso por que a transição foi "amigável", imagine se não fosse.

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