O torcedor santista que teve o desprazer de assistir ao jogo deprimente contra o Corinthians teve a sensação desconfortável de "ladeira abaixo". O time estava jogando cada vez pior e o fato de ser apenas o preparatório Paulista estava começando a não servir mais para tranquilizar o nosso coração. O grupo na Libertadores prometia ser difícil e um time que não consegue superar Ituano e Ferroviária não parecia ser capaz de desafiar Palmeiras, Flamengo e Galo pelo título brasileiro (embora, para ser justo com os clubes citados, o Palmeiras também tropeçou na Ferroviária ano passado e foi campeão). De toda forma, o time não inspirava confiança, exigindo do torcedor santista toda a capacidade de auto-ilusão que temos para nossa estreia na Libertadores (a minha, descrevi aqui).

Desde então, 135 dos 180 últimos minutos disputados se mostraram uma grata surpresa para o Santos. Após um começo temerário no jogo contra o Sporting Cristal (nunca é um bom presságio tomar um gol de cabeça impedido de um anão acima do peso), o Santos mostrou resiliência e soube amassar o Sporting no campo de defesa, empatar e quase virar, não fosse pelo juiz que sonegou um gol nosso por uma falta mais inventada que o pênalti no Suárez.

Segue-se a isso com um time meio-misto-quase-reserva-meio-margherita indo enfrentar o São Bernardo na casa do adversário e saindo com uma bela vitória por 4x1, com direito a hat-trick do Bruno Henrique e gol do Longuine. Como sempre, nossa defesa não saiu zerada. Mas, todo todo no se puede.


(Saudades desses dois)


De tudo o que o santista viu, os resultados são o que menos importam nesse momento (mesmo que o empate no Peru devesse ter sido uma vitória), mas sim as boas notícias que pudemos ver nos dois jogos:

- Vladimir é um goleiro seguro. Ponto. Vanderlei ainda é nosso titular, é um dos melhores goleiros do Brasil. Mas em Vladimir encontramos alguém que pode manter um bom nível na meta santista (embora tenha que melhorar as saídas pelo alto). 

- Bruno Henrique estava escondendo o jogo! O lugar dele é na esquerda, brigando pelo Copete por posição. Diga-se, ele tem mais recursos que o colombiano, embora seja menos artilheiro. Eu pensaria em tentar um ataque com BH e Copete como centroavante (como reserva do Pastor). Talvez funcionasse melhor do que Kayke ou Rodrigão. Copete tem bom posicionamento e finalização, e tem tamanho pra brigar com os zagueiros. Quem sabe...

- Meus votos de demissão a seja lá quem for o responsável pela orelhada que resultou no atraso da legalização de Vladimir Hernández, o querido Vladminion. O mini-jogador foi uma grata surpresa, pela capacidade mostrada de jogar com espaço - foi um dos fatores mais importantes para mudar a atuação do Santos na segunda etapa contra o Sporting Cristal. Torcendo para não flopar.

- Lucas Lima é um jogador que de comum, não tem nada. Lamento muito pelos pobres simplórios que o chamam de "Comuncas". Ele de fato é inconstante, às vezes sumindo do jogo ou sendo individualista demais. A impressão que dá é que ele precisa "se empolgar" para entrar no jogo, e não sei exatamente o que é necessário pra isso. Mas seja lá o que for, Dorival conseguiu no intervalo do jogo no Peru, porque o homem comeu a bola na segunda etapa. Carimbou todas as bolas, distribuiu, chamou o jogo, apanhou mais do que Neymar encarando o Zúñiga, foi o dono do campo. Por mais jogos assim! 

E, por último, uma coisa que não é uma boa notícia porque não é novidade, mas é um fato maravilhoso que deve ser celebrado:

He's back! QUE HOMEM!!!




Como joga bola esse senhor. Estava com saudades, Renato. Nunca mais nos abandone, por favor. Precisa ver a surra que a gente tomou do São Paulo quando o Dorival achou que o Donizete podia jogar no seu lugar...

Boa semana. Vai, Santos!
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Victor Martins

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