Papelão, carnes inconsumíveis
e podres refletem a mais nova crise do Governo Temer
A certeza de que esse ano não é o do Presidente Temer está
cada vez mais evidente. Os sinais são muitos e horrendos. A crise deflagrada
pela Força tarefa do Ministério Público, Justiça Federal e Policia Federal,
intitulada de Operação Carne Fraca, é a mais nova crise para o máster delas. O
Presidente que já acumula o julgamento de sua chapa com a ex-presidente Dilma
Rousseff, as famigeradas delações em que não consegue, de maneira alguma, ser
esquecido pelos depoentes, aliados manchados e birrentos, e popularidade quase
inexistente, ainda resiste as cobranças da senhora Temer, em casa. Desde a rápida
passagem pelo Alvorada, quando diz ter visto fantasmas, ele não tem comparecido.
Deflagrada em plena sexta-feira, a Operação Carne Fraca e os
costumeiros vazamentos de grampos da PF assustaram os consumidores do 6º país,
de acordo com o OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico), no ranking de consumo de carnes no mundo. O churrasco que, depois
de muitas ações do antigo Governo petista, se amparava em marcas como BRF, Sadia e Perdigão, e JBS, Friboi e Seara, como sinais de qualidade,
revelou da forma mais nojenta e perigosa as maracutaias sobre o setor Agropecuário
brasileiro. A operação encontrou inúmeras adulterações na produção de carnes,
de um possível uso de papelão em salsichas, vitamina C para maquiar carnes
vencidas a um sistema de propinas nos órgãos de vigilância sanitária e no Ministério
da Agricultura.
Curiosamente do mesmo modo que os grampos quando vazados
transtornam a vida dos envolvidos, a forma que a PF divulgou as suas
descobertas provocou rápido repudio de todos, inclusive dos países que importam
a carne brasileira. Em meio as adversidades econômicas enfrentadas por nós, ver
a carne, uma das commodities mais importantes, perder valor e credibilidade no
exterior, assustou Temer que se reuniu com embaixadores nesse domingo, em uma
churrascaria de carnes estrangeiras, para tentar ludibriar e esconder esse, no mínimo, atentado a
saúde.
Em uma das gravações, foi possível ouvir a voz do atual ministro
da Justiça e Segurança Pública, Osmar Serraglio (PMDB-PR). Assim que assumiu,há menos de dois meses, o ministro foi muito contestado sobre as suas relações
asquerosas com os frigoríficos e órgãos de controle sanitário no Paraná. O
presidente, à época, deixou isso de lado e, certamente, não esperava pelas
ações da PF, ou ao menos, pela publicação dessas informações, ainda mais da
forma que tudo se deu.
No ministério da Agricultura, o ministro Blairo Maggi,
correu para dar esclarecimentos sobre as ações e, sem muito planejamento,
demitiu ou sacrificou alguns em nome da necessidade mostrar algo para os
consumidores. Números do Ministério falam em 33 funcionários afastados e três
grandes frigoríficos interditados por causa das investigações.
Realmente, o Golpe tão aclamado por alguns, apareceu agora e
a todos da pior forma possível. O senso comum nos faz pensar que só quando há interferência
em áreas como Saúde e Segurança as
ações devem ser fortificadas e levadas a serio. Engano! Assim como houve em
relação à carne, há com o uso desmedido de agrotóxicos nas várias plantações do
Brasil, e, pior, desmedido no sentido amplo, há casos esdrúxulos de puro exibicionismo
de pilotos de bimotores como na Escola Rural São João Portal, em 2013, quando
um displicente piloto sobrevoou a escola apenas para impressionar os estudantes
com voos rasantes. A atitude deixou alunos feridos.
A displicência, infelizmente, é intrínseca, faz parte do sórdido jogo do Poder.
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