Mesmo com muita ineficiência e descontrole, de crise em crise o país tenta se reerguer. A primeira quinzena de 2017 passou deixando temor, angustia e muita insegurança para as próximas quinzenas. Contabilizando mais de 120 mortos, em pelo menos três presídios de “segurança máxima”, as duas primeiras semanas do ano arrepiam o Governo Federal e gera ainda mais instabilidade, ao já instável momento brasileiro. 

Imagem: QUADRINSTA (@Quadrinsta no Instagram)


Assumir uma nação não deve ser nada fácil. Ainda mais um país complexo, heterogêneo e inconstante como o nosso. E imaginem só ser colocado, assim como um pequeno boneco a corda, para tomar ações que recuperem essa nação de uma crise? Pois bem, o nosso “bonequinho”, o presidente Temer, nem pentear o cabelo tem penteado. O “drama infernal” dos últimos dias tem tomado sua agenda, e atrapalhado a construção da sua “ponte para o futuro”. Até o próximo dia 02 de fevereiro, quando o parlamento volta do recesso, as reformas ficam de lado e o Palácio do Planalto está focado na crise do momento, a “crise penitenciária”. 


Entretanto, os presídios estão longe de serem os únicos problemas do presidente. Previsto para o mês de março, o julgamento de cassação da chapa Dilma – Temer por parte do TSE, certamente tem tirado mais o sono de Temer, do que o “drama infernal”. Mesmo o colegiado da Suprema Corte Eleitoral pendendo pela manutenção de Temer no poder, os dias correm e moldam uma história triste e, desculpe o trocadilho, temerário para a presidência do Michel. 


Presidente da República, Michel Temer, ao lado do ex-presidente, José Sarney; Foto: OGLOBO
No ultimo dia 09, o presidente viajou até Portugal para acompanhar o funeral do ex-presidente luso, Mario Soares, e junto dele, o presidente do TSE, Gilmar Mendes. Na teoria, ambos saíram do Brasil para acompanhar os cortejos. Na teoria! Temer foi visto nas homenagens, já o presidente do TSE, primeiramente não foi visto e nem encontrado no hotel, e agora, há informações de que o ministro passou mal e deve ficar um mês em terras europeias. Em filmes de ação, estilo 007 de James Bond , é sempre perigoso tomar um drink no bar do hotel. A saudação noturna a uma princesa loira da Disney é mais comum do possamos imaginar. 
 
Foto: OGLOBO

O presidente ainda tem as delações da Odebrecht para domar. Teori Zavascki, ministro do STF e relator da Lava Jato na Suprema Corte, onde devem ser julgados os envolvidos que têm foro privilegiado, voltou ao trabalho nesta quarta (18) e já notificou os depoentes para comparecerem, a partir da semana que vem, e confirmarem as delações para as homologações. Assim como a ministra, a presidente do STF, Cármen Lucia, trabalha incansavelmente desde os primeiros dias do ano para acelerar os processos e não tem medido esforço para colocar os casos em ordem. 


Diante de todo o panorama, é entendível o “drama infernal” do presidente. 


A corda do nosso “bonequinho” é de boa qualidade e tem levado ele bem longe, mas como todo bom bonequinho a corda, um momento ele irá parar e precisará de alguém para reanima-lo. Será que Temer terá esse “alguém”?



Nota do Editor: Parece que não foi necessário um esforço político para "domar" Zavascki, isto ocorreu da pior e mais obscura maneira possível, com a queda do avião que o transportava na região de Parati. É claro que as teorias conspiratórias devem sempre ser evitadas, mas este cenário é muito propício para se imaginar o pior. Agora, o mais de 70 vezes citado Michel Temer, poderá ESCOLHER o novo relator do processo. 

De fato, como diz Kátia: "Não está sendo fácil...". 
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Claudio Porto

Jornalista independente.

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1 comments so far,Add yours

  1. É Claudio, o "drama infernal" do Presidente se transferiu para outra família. Será que se transferiria a quantas famílias fosse necessário?

    Outra reflexão importante é: "Temer está aí para 'consertar'", PARA QUEM? Para o trabalhador, para os menos favorecidos, a areia movediça está cada vez mais feroz.

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