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Vamos juntos conhecer um pouco sobre a biografia, propostas e visão de cada candidato à Prefeitura de São Paulo. O edifício Matarazzo nunca esteve tão concorrido. Ao todo são 11 candidatos ao posto de mandatário do executivo Municipal e você os conhecerá um a um, em posts regulares.

Formado em Política e Sociologia, pela UNICAMP, Henrique Áreas de Araújo (31), concorre ao cargo de prefeito da Capital, pelo PCO (Partido da Causa Operária), que em toda sua história – desde 1995- só conseguiu eleger um vereador, em 2004, na cidade amazonense de Benjamin Constant, com 635 votos. 

Henrique Áreas, candidato pelo PCO; Foto:G1

Henrique se coloca no pleito, como o defensor da ideologia de seu partido, por isso não estranhe quando ouvir dele a seguinte expressão: “a gente”. Sempre falando na 3ª pessoa em sabatinas, entrevistas ou discursos, ele nada mais é que o representante daquilo que o PCO acredita, como: Estado comandado pelos operários, mais oportunidade para os setores “oprimidos” da sociedade, a isenção do pagamento de serviços públicos aos desempregados, salário mínimo vital (valor de R$ 4.000,00 por mês, como informado em seu programa de governo), redução da carga horária de trabalho para 35 horas semanais e um dos poucos projetos que, realmente é possível trabalhar enquanto prefeito e resolve uns dos problemas mais importantes da cidade, o fim da repressão aos perueiros, camelôs e ônibus alternativos.

Nascido em Ribeirão Preto, no interior do estado, Áreas foi diretor da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios – entre 2012 e 2015 -, e até ano passado, também, trabalhava como operador de triagem e transbordo nos Correios. Após participar de um ato sindical, foi demitido e começou a ser dedicar mais ao partido, se tornando uns dos redatores do “Diário da Causa Operária” – edição online do semanário nacional impresso Causa Operária, que é o folhetim dedicado aos operários, informando as atividades do partido. Simultaneamente a sua candidatura, Henrique exerce a função de agente postal – envelopa cartas e colar – em sua casa.

 Assim como seu partido, Henrique tentará durante todo esse período de campanha, até dia 02 de outubro, levar, mesmo que com pouca visibilidade e extremamente marginalizado, ao paulistano alguns dos temas que a esquerda brasileira sempre defende, como o não pagamento da divida do município com a União e a participação do cidadão na administração pública. Entretanto há um adendo, diferentemente dos outros partidos de esquerda, o PCO lançou aqui, na capital paulista, um programa de governo todo baseado na sua “luta” contra o que eles chamam de golpe. Com dizeres como: “a tarefa central nesse momento é organizar a luta contra o golpe”, eles em seu plano de governo, chamam atenção daqueles que não são favoráveis a saída da ex-presidente Dilma por meio do Impeachment, chamam para uma intervenção popular, o que me pareceu ser, além de uma bela estratégica política, talvez também uma certa disposição, por parte deles, para uma unificação da esquerda, desde que Rui Costa Pimenta seja o líder supremo – Rui é um personagem que não foi mencionado aqui, porém é mais que válida a sua lembrança, já que é o presidente das belas xícaras de chá, palestras encantadores e utópicas, isso além de presidir o PCO.

 O ponto intrigante da campanha de Áreas é que ele, assim como o seu partido, pretende impor uma revolução socialista comandada pelos operários, sem expor os meios que eles utilizariam para esse feito. Apenas saem falando, como se fosse fácil destruir um sistema já está impregnado e que é bem sucedido para aqueles que estão no Poder e que realmente poderiam fazer algo para mudar. Será que mudando as pessoas, as coisas também mudariam?

 Como diria o frasista Rafael Alves: “As pessoas mudam. E muitas vezes se tornam as pessoas que elas disseram que nunca iriam se tornar”.
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Claudio Porto

Jornalista independente.

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1 comments so far,Add yours

  1. É Cláudio, suas colocações foram fortes, mas extremamente felizes. Falta um pouco do PCO e de outros partidos mais radicais colocarem COMO essa transformação profunda, essa transição para o "poder popular" ocorreria. COMO Rui Pimenta conseguiria a soberania para ser o grande líder dessa revolução, o que contrapõe a ideia original de Marx, que prega que não haja um grande nome á frente (o que aliás pauta a ideia de que o Socialismo com base em Marx jamais foi visto na prática).

    As propostas em si como o salário ideal pelo DIEESE dentre outras evidentemente vão de encontro ao desejo da classe trabalhadora e são sim viáveis. Mas um governo popular se faz com a plena PARTICIPAÇÃO POPULAR, elencar um líder supremo para essa revolução como especialmente essa frente prega é realmente um tanto quanto mais do mesmo.

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