Vamos juntos conhecer
um pouco sobre a biografia, propostas e visão de cada candidato à Prefeitura de
São Paulo. O edifício Matarazzo nunca esteve tão concorrido. Ao todo são 11
candidatos ao posto de mandatário do executivo Municipal e você os conhecerá a
partir de hoje, um a um, em posts regulares.
Altino de Melo Prazeres Junior (49), candidato do PSTU
(Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado) à Prefeitura de São Paulo, é maranhense
e está na cidade desde 1994. Atualmente mora no bairro do Campo Limpo, na zona sul.
Formado em Matemática pela USP e pai de duas filhas, uma de 19 anos e a outra
de 4 anos, diz ser um lutador na defesa dos direitos dos trabalhadores, de modo
especial dos metroviários, a quem defende mais subsídios e melhores condições
de trabalho.
Contra as privatizações, Prazeres é metroviário na
linha-azul do metrô paulistano e, hoje, ele preside o sindicato dos
Metroviários de São Paulo – eleito em 2010 e reeleito em 2013- se orgulha tanto
de liderar movimentos e bater de frente com os grandes empresários (chamado por
ele de burgueses), que chega ao ponto de ser detido enquanto se manifesta, como
no 1° ato do Movimento Passe Livre (MPL), no dia 6 de junho de 2013, ao qual
também participa ativamente, já que é um admirador do projeto que assegura a
estudantes o direito de se utilizarem do transporte publico de forma gratuita,
uma das bases e propostas dele para a Prefeitura da Capital: redução ou, até
mesmo, tarifa zero e a estatização das empresas
de ônibus.
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Altino sendo detido durante protestos em 2013; Foto: UOL |
O seu maior momento a frente da presidência e de um
movimento, foi na Greve dos Metroviários em 2014, quando reivindicava aumento
salarial e melhores estruturas à classe, que por fim resultou em um aumento
abaixo do reivindicado (pediam um reajuste acima dos 10%, mas só obtiveram
8,7%) e 42 metroviários demitidos por causa da greve, enfrentando por fim, certa
desconfiança sobre a sua liderança e uma enorme resistência dos sindicalistas,
que não concordaram com a sua posição de manter a paralisação e decidiram pelo
fim desta (um grande e temido movimento daquele ano, por ter sido realizado as
vésperas do inicio da Copa do Mundo, chegando a ser considerado uma ameaça a
realização do evento).
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Altino enquanto preside uma assembleia no sindicato dos Metroviários de São Paulo; Foto: FOLHA DE SP |
Esse ano ele tenta (sem muita expectativa, já reconhecida
por ele durante uma sabatina na USP) se eleger prefeito de São Paulo e a
instaurar um novo e revolucionário pensamento de governo para os trabalhadores,
quebrando o velho dizer: “quero governar
pra todos”, o que ele diz ser o principal problema dos atuais governos,
pois é “impossível governar para os
pobres e trabalhadores sendo financiados pelos grandes empresários” (sabatina
na USP). Quando fala sobre impostos, ele diz irá isentar os desempregados de
pagar tributos, “Como que um desempregado
vai pagar água, luz, IPTU e até mesmo a condução para se locomover na busca por
emprego? Vamos tratar de repassar o valor da crise aos grandes empresários.
Eles sim devem pagar altos impostos”.
Mesmo acreditando ser impossível a sua eleição, já que
poucos o conhecem e também por pertencer a uma ideologia partidária de extrema esquerda,
que bem sabemos não é nada valorizada e cheia de estereótipos, Altino tem –
assim como todos os candidatos dessas legendas revolucionárias – a dura, imensa
e árdua missão de competir, mesmo sabendo que será um dos perdedores.
Parabéns Cláudio pela estreia e pelo belo trabalho de pesquisa. Eu penso que Altino desenvolveu bem o seu papel nas oportunidades que teve de apresentar suas propostas. Tem ideias definidas para uma administração, apesar da discussão de viabilidade de implementação dentro do sistema em que vivemos, algo que passa até por um debate se esse sistema em que vivemos é o melhor ou não, o que dá livros e livros de discussão.
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