Amigos, estamos de volta com nosso Resumão Olímpico, que marca o fim de semana de dias 8 e 9 de competições, ultrapassando assim a metade dos jogos. Um fim de semana marcado por emoções extremas, nas vitórias, nas derrotas e até onde teve empate. Vamos conferir juntos.


Um momento muito especial para o esporte brasileiro e especialmente emocionante por tudo o que envolveu em relação á este da foto, Diego Hypolito e também se analisado tudo que sofre um atleta como ele em nosso país.

Numa prova impecável, Diego se superou, fez uma série de extrema dificuldade para atingir a nota de 15.533, numa série limpa garantindo após erros de favoritos á medalha a prata, o que não tira seus méritos, o mérito de quem fez uma série perfeita, vai muito além de qualquer demérito de quem tenha errado. Num magnífico encontro de gerações, Arthur Nory que entrou para a final com a nona nota (devido ao limite de competidores por país ser de dois atletas) fez uma série menos dificultosa que a de Diego, porém muito segura, completamente limpa, obtendo a nota de 15.433 e conquistando o bronze, um resultado magnífico para o Brasil e absolutamente imprevisível. Os brasileiros aguardaram com muita emoção as entradas seguintes, viram seus adversários não obterem êxito nos seus exercícios e vieram abaixo com o resultado espetacular. O ouro ficou com um dos favoritos da prova, Max Whitlock/GBR que obteve a nota de 15.633 com uma série muito similar a de Hypolito, mas minimamente mais limpa.

Ver Diego superando tudo que passou em Pequim 2008 e Londres 2012 chegando no Rio desacreditado, após lesões, depressão, tendo sua vida pessoal alvo de ataques e fofocas. Diego superou tudo isso para na sua última chance (o atleta afirma que vai buscar Tokio 2020, vejamos), conseguir o resultado que sempre teve capacidade de obter, é uma vitória (medalha é vitória) que mostra as redenções e momentos épicos que o esporte pode proporcionar.

E ainda mais significativo é ver um resultado como esse, num país onde por incrível que pareça, tudo é "motivo" para preconceito. Esses atletas sofrem com o preconceito, o que retarda o desenvolvimento da modalidade no país. Temos de evoluir como sociedade e entender que nada é motivo para preconceitos. Aliás, isso entra na polêmica de Nory também com outro ginasta brasileiro, Ângelo Assumpção, algo que ambos dizem estar superado e tomara mesmo que esteja e que Nory tenha repensado sua atitude, afinal como já dito, NADA é motivo pra preconceito e ridicularização do próximo, ainda mais pra quem neste país, diariamente encontra preconceito nessa atividade esportiva.

Vamos ficar na torcida por Arthur Zanetti nas argolas, onde o brasileiro tem chances claras de para ou ouro. E para nossa menina Flávia Saraiva na trave, que tem toda uma carreira pela frente, mas já é um fenômeno e pode beliscar.


Basquete

Infelizmente o time masculino de Basquete do Brasil foi derrotado no clássico ante a Argentina por 111-107. Num jogo espetacular, de duas prorrogações, com uma atmosfera magnífica. Um jogo onde o Brasil oscilou momentos de um basquete magnífico, com condições de luta direta por vaga na final, com momentos de apagão, onde o adversário soube aproveitar muito bem e tirar diferenças estabelecidas no placar com muito suor. 

Nocioni foi nosso grande carrasco, marcando nada menos que 37 pontos no jogo, várias cestas de três, um fator que acabou sendo determinante para que sempre que abríamos vantagem, o time argentino conseguisse encostar no placar novamente. Campazzo foi outro carrasco, chamou o jogo no momento decisivo e conseguiu encaminhar o time adversário á vitória. 

Nosso jogo coletivo foi bem, Nenê, Alex, Huertas, Giovanonni (que poderia ter tido mais minutos, assim como Benite) foram bem, foi um jogo bom do nosso time apesar da decepção com a derrota. A marcação das bolas de três não é fácil como sugerem alguns comentaristas de ocasião, para exemplificar isso não precisamos ir longe, basta ver que o Warriors fez grandes temporadas baseando seu jogo (praticamente) nessa alternativa dos três pontos. O que se observa negativamente é a instabilidade em alguns momentos do jogo, o que acaba sendo determinante e o fato de que sempre alguém de muito talento destoa negativamente em nosso time, desta vez foi Leandrinho que atuou muito abaixo do que pode e Magnano não enxergou isso, o mantendo num momento crítico do jogo, uma pena. Agora precisamos derrotar a Nigéria (que ainda tem chance de se classificar) para pegar os EUA, que tem demonstrado ser um time "batível", mas vencível em uma exibição absolutamente perfeita do adversário, algo que até aqui esse time não demonstrou ser capaz de fazer. 

Na despedida dos jogos, nossa seleção feminina fazia bom jogo e vencia a Turquia, mas acabou novamente se perdendo, o jogo foi para a prorrogação e nossas meninas acabaram derrotadas por 79-76. É preciso que a CBB tenha um olhar especial para o basquete feminino, como volta a ter para o masculino com a NBB, se isso não ocorrer, não se vislumbra uma renovação competitiva. 



Vôlei de Praia 

Outro jogo épico desde fim de semana olímpico foi no Vôlei de Praia, onde as favoritas ao ouro Larissa e Talita encararam uma pedreira pela frente, a dupla Zumkehr e Heidrich/SUI que proporcionaram um jogo cheio de rallys, muito baseado na força física e impuseram sérias dificuldades á dupla brasileira, sobretudo á Agatha. As adversárias acabaram vencendo a primeira parcial por 21-23. Estivemos prestes a perder o jogo no segundo set, mas Larissa tirou da manga a vitória por 27-25 pra manter a dupla brasileira viva na partida e no tie-break veio a épica virada no placar, 15-13 na parcial e uma vitória dura, que credencia ainda mais o time que mescla juventude e experiência, a conquistar uma medalha dourada nos jogos Rio 2016. 

Ágatha e Bárbara também garantiram vaga nas semifinais, num jogo mais tranquilo contras a dupla Brilova e Ukolova/RUS por 2-0 (23-21 e 21-16), vitória com autoridade que dá moral para as semifinais. Podemos ter final brasileira, ou na pior das hipóteses temos garantido o bronze no feminino. 

No masculino, já havíamos comentado no texto anterior, a classificação de Alison e Bruno Schmidt e tivemos infelizmente a eliminação de Pedro Solberg e Evandro, que acabaram derrotados por Barsuk e Liamin/RUS por 2-1 (16-21, 21-14 e 15-10), a dupla brasileira sentiu a inexperiência, errou demais e tira lições dessa derrota em casa, em seguindo como dupla (tomara que sigam), que voltem mais fortes em Tokio 2020. 



Handebol


No Handebol, nossas meninas terminaram a participação na primeira fase com moral, batendo Montenegro sem sustos, 29-23, o time tem plenas condições de lutar pela medalha de ouro. 

Já no masculino um jogo de muitas emoções, muitas delas geradas por nós mesmos. O Egito fez um jogo eficiente, duríssimo e esteve no comando do placar durante toda a partida, mas com defesas milagrosas de Maik e o apoio magnífico da torcida que abarrotava a Arena do Futuro, nosso time conseguiu arrancar um importante empate na luta pelas primeira posições da chave, 27-27, não foi nosso melhor jogo, mas dadas as circunstâncias foi um resultado muito satisfatório e que trouxe ainda mais a torcida para esses meninos, que são franco-atiradores nesta olimpíada, é um momento único, que precisa ser aproveitado para que também o Handebol masculino seja adequadamente desenvolvido no Brasil. 




Boxe

E o nosso Robson Conceição deu show no Boxe, ao bater por decisão unânime o favorito Jorge Álvarez/CUB no peso ligeiro e garantir no mínimo a prata para o Brasil, com grandes possibilidades de ouro. 

No peso médio feminino, Andréia Bandeira venceu a Dominicana Bylon por decisão dividida e avançou na competição.

Robenilson de Jesus no galo e Michel Borges no meio-pesado, pararam em Stevenson/EUA e Júlio César La Cruz/CUB respectivamente, este segundo franco favorito para o ouro. 



Futebol

Na Arena Corinthians, a seleção masculina do Brasil fez um jogo muito superior á Colômbia, que repetidamente apelou pra violência, e com dois belos gols em foguetaços, um de Neymar e outro de Luan que entrou muito bem no time, bateu os adversários por 2 x 0, avançando para encarar a seleção surpreendente e perigosa de Honduras pelas semifinais da competição na próxima quarta. 

Foi positivo ver a manutenção do esquema e da postura de jogo após a preleção que antecedeu a partida ante a Dinamarca, o time será testado ante Honduras, mas tem talento e condições claras de seguir em busca do inédito ouro e com a possibilidade de encarar a Alemanha numa final (caso eles cheguem lá) que apesar de não ter similar peso, poderia representar uma redenção ante a catástrofe do 7 x 1 na última copa. 


Vôlei

Sentimentos distintos marcaram o Vôlei do Brasil neste fim de semana. No feminino na noite deste domingo, mais uma vitória tranquila pra fechar a fase de grupos com 100% de aproveitamento e nenhum set perdido, em outra atuação impecável. 3-0 com parciais de 25-23, 25-21 e 25-21 ante a Rússia. Que venha a China nas quartas de final. 

Já no masculino, sinal de alerta após a segunda derrota consecutiva na competição, após trazer o perigoso time dos EUA de volta [a disputa, foi a vez de perder de forma bastante dura para a Itália por 3-1 (23-25, 25-23, 25-22 e 25-15) no último set em especial o time se mostrou totalmente abalado psicologicamente e sem alternativas, o que preocupa. A França é o próximo adversário e só a vitória interessa.



A Natação teve suas competições encerradas no último sábado, também com o encerramento com chave de ouro (literalmente) da carreira da lenda Michael Phelps, que conquistou junto com o time dos EUA o ouro no revezamento 4x100 medley. Os brasileiros ficaram em 6º lugar na prova, com a prata ficando com a Grã-Bretanha e o bronze com a Austrália. Infelizmente o "Time Brasil" encerrou sua participação nos jogos sem conquistar nenhuma medalha na modalidade, que sempre nos proporcionou importantes medalhas. Nosso potencial na natação não se esvaiu, bem como no Atletismo, o que falta é um olhar para a modalidade.


Tênis 


Em um jogo épico, Andy Murray/GBR sagrou-se bicampeão olímpico ao bater Martin Del Potro/ARG por 3-1(7-5, 4-6, 6-2 e 7-5). 

Rafa Nadal e Marc Lopez/ESP haviam assegurado o ouro nas duplas ainda na última sexta, ao derrotarem Mergea e Tercau/ROM por 2-1 (6-2, 3-6 e 6-4). 

Já no feminino, Monica Puig bateu por 2-1 (6-4, 4-6 e 6-1) a alemã Angelique Kerber e faturou o primeiro ouro olímpico para Porto Rico. 



No Polo Aquático, nossa seleção masculina que começou muito bem a competição, acabou sofrendo a segunda derrota consecutiva. A Hungria bateu o time brasileiro por 10-6 e acabou nos jogando para encara nada menos que a atual campeã olímpica Croácia nas quartas. 



Atletismo

E não tem pra ninguém, Usain Bolt/JAM é imbatível, o homem mais rápido do mundo faturou o tricampeonato olímpico nos 100m rasos com o tempo de 9.81, deixando a prata para Justin Gatlin/EUA e o bronze para De Grasse/CAN. E não adianta alguém dizer que Bolt caiu 12s, ele fez o que quis, corre sorrindo, bota na frente e administra numa prova de velocidade extrema, é lenda, é imbatível, bradar em relação á isso é ficar caçando estatística em ovo. 

No feminino dos 100m rasos, Elaine Thompson/JAM surpreendeu e desbancou a favorita e musa Shelly-Ann Fraser e sagrou-se a mulher mais rápida, com 10.71, a prata ficou com Tori Bowie/EUA e Pryce ficou apenas com o bronze. 

Na maratona feminina adivinha o que deu? Quênia evidentemente, Sumgong concluiu a prova sob forte calor em 2h24min04s. a prata ficou com Kirwa do Bahrain e o bronze com Dibaba da Etiópia. Dentre as brasileiras, Adriana Silva ficou em 69º, Mariliy dos Santos em 78º e Graciete Santana em 128º. 




Por fim, vale dizer que para os que se alarmaram com o desempenho do "Time Brasil" nesta primeira metade dos jogos, vale acompanhar esta semana, temos os esportes coletivos, temos chances claras na Vela, no mínimo prata no Boxe, enfim, temos grandes possibilidades de chegarmos na meta de 10º lugar no número de medalhas, o que não significaria 10º lugar no quadro de medalhas (que conta primariamente os ouros) mas seria um importante avanço, ainda mais se levarmos em conta o rumo que a natação, o atletismo e o basquete feminino tem tomado, por culpa de suas respectivas federações. 




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Imagens: AFP e Reuters. 


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Adriano Garcia

Amante da comunicação escrita e falada, cronista desde os 15 anos, mas apaixonado pela comunicação, seja esportiva ou com visão social desde criança. Amante da boa música e um Ser que busca fazer o melhor a cada dia.

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