Amigos, infelizmente a Euro 2016 (assim como a Copa América) não teve a cobertura que gostaríamos, mas estivemos sim, ligados em todos os jogos e não poderíamos ficar de fora desta grande decisão. Decisão esta que foi construída com grandes ingredientes de uma competição igualmente grandiosa. Portugal chegou á decisão aos trancos e barrancos, até conseguir uma vitória afirmativa sobre Gales após ter sido dominado na etapa inicial, Cristiano Ronaldo resolveu e colocou os Portugueses na decisão. Já a França fez um jogo taticamente perfeito ante a Alemanha, repetiu a atuação defensiva que teve a Itália, mas foi mais inteligente que os Azzurri em aproveitar cada escapada ofensiva, conseguindo assim eliminar a poderosa (e em nosso humilde entendimento ainda melhor seleção do mundo) Alemanha. Com isso chegaram á decisão Portugal e França, num jogo onde a França teria de propor o jogo e acabou provando do veneno que utilizou ante a Alemanha, num jogo de xadrez, o time de Fernando Santos acabou atacando pouco, mas atacando de forma certeira com Eder que foi a última mexida para dar uma presença de frente ao time, algo que faltara durante toda a partida e acabou sendo o herói do título com o gol na prorrogação que definiu o 1 x 0. Vamos aos detalhes e a análise deste magnífico feito de Portugal, campeão da Eurocopa pela primeira vez na história!


O início do jogo diz bem o que foi a partida, a França com a posse, Portugal segurando-se e tentando escapadas rápidas para o ataque. Aos 8, Cristiano Ronaldo sofreu entrada duríssima de Payet, onde Mark Clattenburg (o Héber da decisão da Euro) nada deu. O jogador tentou ainda continuar com muita garra, mas deixou o jogo aos prantos minutos depois para a entrada de Quaresma, com isso, o time português ficava sem nenhuma referência na frente. Antes, a primeira grande chance de gol francesa aos 9, com cruzamento e o cabeceio de Griezmann para fantástica defesa de Rui Patrício. Após isso, a França dominava territorialmente sim, mas Portugal conseguia ser eficiente na proteção á sua defesa e tentava algumas escapadas, sem êxito. A outra grande chance da etapa inicial foi com um dos destaques da partida, Sissoko girou e finalizou dentro da área para outra grande intervenção do guarda redes português.

Seguindo o mesmo roteiro da etapa inicial veio o segundo tempo, com um jogo cada vez mais tenso, Portugal era eficiente defensivamente. Mas quando tinha a chance de atacar faltava um atacante, cruzamentos eram feitos pra área sem qualquer alvo. Deschamps lançou uma boa cartada quando tirou de campo o apagado Payet e promoveu a entrada de Coman que promoveu um salseiro na defesa adversária, porém isso não seria suficiente para que o placar fosse inaugurado. Depois foi a vez de Giroud deixar o campo, uma das decepções da competição que proporcionou outra boa defesa ao arqueiro adversário em seu último lance e deu lugar á Gignac. Já o técnico português no nosso entendimento mexeu errado, sacando o melhor da meia lusitana Renato Sanches para a entrada de Eder não pela referência, que era algo que Portugal precisava, mas poderia ter sacado João Mário que junto ao anteriormente sacado Adrien Silva não fez boa partida novamente. No lance final do tempo normal, Gignac parou na trave e o jogo foi para a prorrogação.

Na prorrogação muita tensão na etapa inicial, os portugueses receberam o apoio antes e durante o jogo de Cristiano Ronaldo, que deu mais uma mostra do líder que de fato é. Na virada para a etapa derradeira, Deschamps falou em manter a organização e "não abaixar a cabeça", mas esses planos viriam a cair por terra. Um presságio disso foi a maravilhosa cobrança de falta de Rapha Guerreiro no travessão de Lloris, em seguida Eder decidiu, batendo da entrada da área no cantinho do goleiro. Após isso muito desespero por parte do time da casa, ataques desordenados, o melhor do time foi sacado Sissoko para entrada de Martial que acabou não tocando na bola, o desespero francês acabou não surtindo efeito prático e os portugueses levaram o jogo para o final e para a festa. Um dia histórico, um título inédito para Portugal, de uma geração que tem a felicidade de ter vestindo a camisa 7, o melhor jogador de sua história, mas que conseguiu vencer sem ele, com muita disposição, muita garra, sabendo de sua inferioridade técnica e lidando muito bem com ela.

Foi uma conquista maiúscula para Portugal, numa Euro onde times com material humano e técnico inferior á seus adversários, conseguiram na garra superá-los e fazer história, uma Euro com gratas surpresas como Islândia, Gales e outras, não podia ter melhor desfecho nessa final que a conquista de Portugal, que apesar de ter tradição e de ser um país importante, não tinha até então títulos dessa magnitude. Por outro lado, analisando friamente, a seleção Portuguesa tem ainda deficiências importantes, Pepe eleito o melhor da final está no seu auge, mas já tem 33 anos, não se sabe até quando poderá ajudar a pátria que escolheu defender. Rui Patrício nunca me inspirou confiança, mas fez uma grande final e merece todos os louros. O time tem dois meias que produzem muito pouco como já aqui citado, Silva e João Mário, falta criação ao time, que ainda depende demais de Cristiano Ronaldo e tem outros bons valores como Nani e Quaresma já entrando numa curva de descenso em termos de desempenho. Ainda assim vale comemorar muito e Portugal precisa seguir com uma mentalidade de jogo que entende as limitações que tem e usa os méritos, é um time que tem um atleta fora de série para mais um ciclo ainda, o que é importante. O futebol mundial hoje pode ser separado em alguns pelotões em termos de qualidade, num primeiro figuram em nosso entendimento Alemanha e França. Depois vem um grupo com Argentina e Chile (e talvez a Bélgica). Depois vem um terceiro com várias seleções e dentre elas está Portugal.

Como já adiantado, nada de terra arrasada na França, claro que perder em casa dói, ainda mais para um povo que tem a competição, a vitória até em seu hino. Mas valeu ver um pouco do que esse time é capaz, jogadores jovens que podem evoluir ainda mais, apesar da derrota, o time mostrou que sim, figura no topo do futebol mundial no momento.



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Imagens: AFP e Reuters. 


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Adriano Garcia

Amante da comunicação escrita e falada, cronista desde os 15 anos, mas apaixonado pela comunicação, seja esportiva ou com visão social desde criança. Amante da boa música e um Ser que busca fazer o melhor a cada dia.

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