No Brasil, as classes dominantes sempre foram responsáveis por ditar as regras do jogo político. Foi assim, em 1954 quando Getúlio Vargas deu cabo à própria vida por causa de pressões de grupos contrários ao trabalhismo.

Foi assim, em 1964, quando esses conglomerados financiaram o golpe militar para impedir as reformas de base de Goulart. 

Foi assim, em 1983, quando apoiaram as "Diretas Já", devido a excessiva intervenção estatal na economia, durante a ditadura militar.

Foi assim, em 1989, quando contaram com a colaboração/manipulação da mídia para eleger o "caçador de marajás" Collor e seu projeto neoliberal, e também para o impichar, em 1992, quando o mesmo lesou os interesses das elites com o confisco das poupanças.

Foi assim, em 2002, quando Lula precisou convidar José Alencar para integrar sua chapa e lançar a famosa "Carta aos Brasileiros" para ganhar a confiança do empresariado e conseguir vencer as eleições.

E não foi diferente na queda do governo Dilma, que apesar dos inúmeros erros cometidos, seu desgaste político deve-se, em grande parte, por confrontar: a burguesia rentista (interna e externa), ao baixar exacerbadamente a taxa básica de juros (Selic); o setor elétrico, ao interferir na tarifa da conta de luz e; sobretudo, a maior "patrocinadora" do impeachment, FIESP e todo o setor industrial, ao reverter parte das desonerações.

Ou seja, a gente quer ter voz ativa, no nosso destino mandar. Mas nosso paradeiro, a roda-viva continua a nortear.
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