Caros leitores, palestrinos, torcedores do maior campeão nacional. Hoje
vou encerrar o PAPO DE TORCEDOR PALMEIRAS de 2015 com um resumão do que
aconteceu de mais significativo para o clube. Já aviso aqui que será uma
matéria longa, mas se quiserem reviver as revoltas, as frustrações e os
momentos de alegria, fiquem por aqui!
Para começar a matéria,
nada mais justo do que puxar lá do dia 7 de dezembro de 2014 a situação em que
o Palmeiras se encontrava. Um time esfolado, sem brio, sem vergonha na cara,
com um bando de safados dentro de campo (salvo exceções). Era preciso mudar.
Não era preciso reforçar pontualmente e sim acabar com o que havia de errado e
começar a trazer algo certo. Foi como 2015 começou.
Ao terminar 2014,
Paulo Nobre trouxe o bicampeão brasileiro gerente de futebol Alexandre Mattos
para gerenciar as contratações, além do lateral direito Lucas e um comandante
técnico com um bom currículo para comandar o ano de 2015: Oswaldo de Oliveira. Houve
um impulso no programa de sócio torcedor que passou a ter mais de 120 mil
sócios e com isso, arrecadar mais fundos para contratações de reforços e de um
novo time.
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Alexandre Mattos chegou ao Palmeiras (uol.com) |
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Oswaldo de Oliveira no comando do verdão (uol.com) |
Reforços pintaram antes
de começar o Paulistão como Zé Roberto, Ryder, Alan Patrick, Vitor Hugo, Victor
Ramos, Andrei Girotto, Amaral, Gabriel, Arouca, Cleiton Xavier, Rafael Marques,
Leandro Pereira/Banana, Jackson, Dudu (contratação surpreendente), Aranha,
Robinho, Kelvin, enfim, me desculpem se esqueci de algum contratado porque
foram muitos! Uma leva de contratações chamada de “baciada”, mas que se fez
necessária pela urgência de montar um novo plantel.
Pois bem, agora falarei
de competição por competição.
Paulistão
2015: a batida na trave
O time fez uma boa
primeira fase com algumas oscilações no começo: derrota para o Corinthians e
Ponte Preta em casa, mas que após uma vitória sobre o Rio Claro o time engrenou e conseguiu se
classificar para o mata-mata na segunda fase.
Curiosamente, no
Paulistão, o verdão seguia como “o time que não vencia rivais”, perdeu pro
Corinthians em casa por 1x0, perdeu fora do Santos por 2x1 de virada e, mesmo
não tendo feito más apresentações nesses jogos, futebol todos sabemos como é, ou seja, a
chapa esquentava. Até que veio o São Paulo no Allianz Parque e uma das melhores
atuações do verdão no ano: 3x0.
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Rafael Marques comemora terceiro gol do verdão sobre o São Paulo (ge.com) |
No mata-mata,
demos ao luxo ainda de revivermos a emoção de eliminar um arquirrival em sua
casa na decisão por pênaltis, após brilho de jogadores como Fernando Prass e
Rafael Marques.
Na decisão contra o
Santos, a bola na trave na cobrança de pênalti de Dudu no primeiro jogo custou caro. Nem mesmo o
gol de Leandro Pereira foi suficiente para segurar o ímpeto do alvinegro da
Vila Belmiro na segunda partida. Nova decisão por pênaltis e Santos campeão paulista. Palmeiras
voltava a decidir um título estadual depois de 7 anos e parecia que 2015 seria
diferente. Bons nomes apareceram na equipe: Fernando Prass, Lucas, Zé Roberto,
Gabriel, Arouca, Rafael Marques, Dudu, etc., pareciam formar uma espinha dorsal
do time para o Brasileirão.
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Palmeiras com troféu de vice-campeão Paulista (foxsports.com) |
Campeonato Brasileiro: uma frustração necessária
O Palmeiras
começou o Brasileirão procurando algo a mais do que uma mera permanência na
série A. Mas o começo foi horrível: empate em casa contra o Galo, fora de casa
em um jogo horroroso contra o Joinville e derrota para o Goiás em casa. Veio um
dérbi em Itaquera e o Palmeiras se sagrou vitorioso, mas na sequência, duas más
atuações diante de Internacional (reserva) em casa e Figueirense fora custaram
a saída de Oswaldo de Oliveira do verdão.
Eis que veio
Alberto Valentim e comandou o alviverde diante do Fluminense no Allianz Parque
e o time venceu por 2x1 com alterações bem ousadas do interino. A essa altura,
o verdão havia contratado Alecsandro e Egídio para reforçar o elenco, além de
estar sondando Lucas Barrios na seleção Paraguaia na época.
Mattos então trouxe
seu homem de confiança: Marcelo Oliveira. Mesmo com a derrota para o brilhante
Grêmio de Roger fora de casa, o resultado foi imediato. 4x0 no São Paulo que
deu início a uma arrancada espetacular. 6 vitórias e um empate que fizeram com
que o torcedor palmeirense pegasse o jornal no dia seguinte e pudesse ver seu
time na parte de cima da tabela.
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Marcelo Oliveira comandando o verdão em 2015 (uol.com) |
A reação foi
freada com uma derrota diante do Atlético-PR no Allianz Parque e a lesão de
Gabriel foi o fato mais grave e comprometeu muito o decorrer da temporada. O
time tinha a melhor defesa ao lado do Corinthians até a lesão do volante e
terminou, sem ele, com a terceira pior.
Derrotas em jogos
sequenciais contra Cruzeiro e Coritiba fora de casa com más atuações
decepcionaram a torcida que já elaborava expectativas mais gloriosas. Nem mesmo
uma vitória diante do Flamengo na última rodada trazia aquela confiança de
volta aos palestrinos.
Derbi em casa e um
belo jogo de 3x3, sequência de muitos jogos em que tomamos pelo menos 2 gols
deixavam clara a falta que Gabriel fazia para a equipe. Então, Mattos trouxe
Thiago Santos do América-MG que quebrou um galho, já que Amaral e Girotto
parece que sentiram o golpe de vestir uma camisa pesada.
Coube a Marcelo
também apostar em Gabriel Jesus, promessa da base, no ataque. Mesmo não
demonstrando o futebol brilhante que o consagrou nas categorias de base, foi
importante em algumas vitórias.
Muitos testes e
apostas que as vezes funcionaram, as vezes frustraram. Palmeiras estava com uma
interrogação enorme na cabeça. O time, apesar de não estar jogando
brilhantemente naquela altura da competição, figurava na briga pelo G4, mas
algumas prioridades foram definidas pro restante na temporada (Copa do Brasil
será comentada mais adiante).
Veio a goleada
dolorosa diante da Chapecoense e novamente questionamentos foram feitos a
respeito do trabalho de Marcelo Oliveira. Riscos cada vez mais assumidos e
enfrentados, prioridades talvez desnecessárias, mas era o que a comissão
técnica e jogadores pelo visto encontravam como melhor saída para salvar o ano
do Palmeiras. Salvar com conquista e não apenas com permanência na Série A, para deixar
bem claro!
A partir deste
momento, o Palmeiras fez jogos burocráticos no Brasileirão inclusive em uma
derrota “careta” contra o Santos que mudou o ano do Palmeiras (A Prass do
Senhor, Pastor). Times mistos e reservas nos 10 últimos jogos fizeram com que o
Palmeiras figurasse em um modesto nono lugar, mas quebrou alguns tabus como:
não ter vencido na última rodada desde 2005, passado dos 50 pontos desde 2009,
e terminado na metade de cima da tabela. Além disso, foi o clube que mais
pontuou em clássicos, contrapondo o vexame de saco de pancadas de 2014. O mais
importante, foi para a Libertadores.
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A polêmica careta de Ricardo Oliveira (ge.com) |
Opa! Mas como?
Terminou em 9º lugar e foi para a Libertadores? Pois é! Se você bebeu tanto dia
2/3 de dezembro e se esqueceu de tudo, siga no texto que agora falaremos da
Copa do Brasil.
Copa do Brasil: De Vitória da Conquista para a vitória
da conquista
O Palestra começou
a trajetória com uma bela vitória diante do Vitória da Conquista na Bahia, boa
goleada diante do Sampaio Correia e, mesmo com um empate diante do ASA de
Arapiraca em casa, conseguiu uma vitória fora de casa e avançou para enfrentar
o atual bicampeão brasileiro: Cruzeiro.
Foi então que
brilharam: Gabriel Jesus e Barrios. No primeiro jogo no Allianz Parque placar
de 2x1 pro Palmeiras e desconfiança pelo gol tomado em casa. Mas no jogo de
volta, Barrios abriu as contas e Gabriel Jesus fechou o caixão cruzeirense com
dois tentos (o terceiro gol foi espetacular). Agora vinha o Internacional.
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Gabriel Jesus brilhou diante do Cruzeiro (estadão.com) |
Estádio do
Beira-Rio sempre foi horrível para o Palmeiras. O Inter sempre ganhou lá e
parecia que não seria diferente com o golaço de Alex, mas Rafael Marques
brilhou, foi decisivo e trouxe o empate para o Palmeiras. Detalhe para um
pênalti perdido por Barrios e outro não marcado equivocadamente em Gabriel
Jesus.
No jogo da volta,
Vitor Hugo e Zé Roberto após cobrança de pênalti esquisito deixariam o verdão
tranquilo. Mas não! A zaga do Palmeiras tratou de aprontar e o Inter chegou a
igualar o placar em 2x2 (com gol irregular também, diga-se de passagem), placar
que classificaria o colorado. Mas um minuto depois, Allione cruzou para o
questionado Andrei Girotto colocar o Palmeiras na semifinal contra o
Fluminense.
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Andrei Girotto marca gol da classificação diante do Internacional (estadão.com) |
No primeiro jogo,
no Maracanã, o Fluminense foi superior e chegou a abrir 2x0 de vantagem. Mas o
árbitro deu um pênalti maroto em Zé Roberto que o animal converteu para 2x1.
Apesar do erro do pênalti a favor do Palmeiras, Amaral teve um gol legítimo
anulado, ou seja, erros para os dois lados. 2x1 e vantagem reversível.
Agora Fernando
Prass começaria a mostrar a sua cara em jogos decisivos. Palmeiras aos trancos
e barrancos, no jogo da volta, abriu 2x0 com dois gols de Barrios (um deles em
rebote de um pênalti bem discutível também), mas o Fluminense descontou com
Fred e a decisão foi para os pênaltis GRAÇAS a Fernando Prass que defendeu
chute a queima roupa do artilheiro.
O arqueiro brilhou
nos penais e o verdão avançava para a segunda final do ano, algo que não
acontecia desde 2000. O adversário seria o time do Santos que, naquela altura
estava jogando muita bola.
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Prass defende cobrança de pênalti de Gustavo Scarpa (lancenet) |
O primeiro jogo na
Vila Belmiro foi o mais decisivo. O Santos voando em casa precisava fazer seu
resultado e dessa vez, a sorte parecia estar com o alviverde. Pênalti perdido
pelo Gabriel Barbosa, milagres de Prass e gol incrível perdido por Nílson no
último minuto. Mas o mesmo Gabriel Barbosa deixou o Santos em vantagem por 1x0.
Fica a bronca em um pênalti não marcado em cima de Lucas Barrios, mas o placar
era reversível.
No segundo jogo,
parece que o Palmeiras resolveu correr TUDO o que não correu no segundo
semestre. Muita disposição, garra e “raiva” de estar mordido com o rival.
Mordido também por causa de comentários oportunistas de certos “profissionais”
da imprensa esportiva que já colocavam o Santos como campeão e não como
favorito (E NÃO ESTOU FALANDO DO NETO!).
Primeiro tempo foi
um show de gols perdidos, mas o menino Dudu, aquele mesmo que bateu na trave
contra o mesmo Santos foi às redes duas vezes. 2x0. Mas aquele Pastor dos
infernos tratou de dar sobrevida ao peixe: 2x1. Vai ter careta em pleno Allianz
Parque? Não! Vai ter ele tirando sarro do Prass? Não! Vai ter replay de título
paulista? Não! Vai ter oportunismo da imprensa esportiva? Não! Vai ter um
goleiro brilhando nos pênaltis e entrando pro hall de goleiros históricos do
Palmeiras? SIM!
Fernando Prass!
Brilhou ao defender pênalti e encerrar as cobranças de penalidades. Um time que
não jogou um brilhante futebol na Copa do Brasil como um todo, mas soube
decidir. Soube ser mais efetivo e fez por merecer nos jogos da final. Brio não
faltou, entrega também não. O alviverde imponente ressurgiu no gramado onde a
luta o aguardou.
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Fernando Prass comemora título do verdão (ge.com) |
Importante ressaltar que em cada fase decisiva, não foi só o Prass que
brilhou, mas sim Gabriel Jesus, Rafael Marques, Dudu, Robinho, Barrios, etc.,
chamaram a responsa e merecidamente levaram o time ao título. Matheus Sales
veio da base para substituir Gabriel de volante e entrou na fria da semifinal
diante do Fluminense. Não sentiu a pressão e parecia que jogava com todo mundo
ali fazia 30 anos. Calmo, técnico e preciso, soube fazer um feijão com arroz e
assegurar o miolo do meio de campo. Isso sem falar no animal Zé Roberto que
enquanto tem muitos jogadores que fazem biquinho para não jogar, o moleque de
41 anos quis estar em todos os jogos decisivos! Só mais uma ressalva, porque já vi gente desmerecendo o título de 2012 que o Palmeiras não havia passado por times grandes, exceto o Grêmio na ocasião. Em 2015, passamos por cima de Cruzeiro, Internacional, Fluminense e Santos! É mole? O Palmeiras é grande, doa a
quem doer!
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Palmeiras tricampeão da Copa do Brasil (placar.com) |
Allianz Parque e Torcida
Muitos podem achar
que o Palmeiras não era um time caseiro. Derrotas em casa no próprio estádio
chegaram a gerar comentários oportunistas, mas aos poucos, a torcida abraçou o
novo estádio e o encheu, tornando-o um verdadeiro caldeirão (a acústica dali é sensacional).
No Brasileirão,
houve pontos desperdiçados, mas quando o assunto foi mata-mata, era só chamar
pra decidir no Allianz que o Palmeiras passava de fase. Claro, contando com
atuações espetaculares da torcida.
Tal torcida merece
ser sempre mencionada em 2015, porque eu também faço parte dela e sei o que
passamos de 2010 a 2014 sempre com vergonhas, elencos medíocres, sempre sendo
iludidos com dirigentes amadores dizendo “mas agora vamos melhorar, tem que ter
paciência”, enfim, BASTA! Não fomos mais enganados.
A cada estádio
lotado, parece que o time crescia, jogava por cada um que estava ali. Mesmo os
chamados mais “azedos” abraçaram o time e apoiavam nos momentos difíceis. Esse
abraço de torcida-time tem que continuar assim para 2016, temos que fazer do
belo Palestra Itália um caldeirão para paparmos nossos adversários.
Vamos continuar
cantando e vibrando, porque título já conquistamos e agora eu quero e mais! E
vocês?
Considerações Finais
Ufa! Um ano com
“cara de Palmeiras”. Nada de sufocos e sim de brigas por títulos. Mesmo se
terminássemos sem taça, seria frustrante, mas não de todo ruim, já que o time
era novo e montado em 2015 mesmo. Não era algo que deveria ser jogado no lixo
como alguns times brasileiros fazem ao serem derrotados. Um ano em que cada um
foi importante, principalmente o Sr. Oswaldo de Oliveira que contribuiu e MUITO
para contratações do começo do ano.
A baciada de
contratações foi necessária, visto a necessidade de remontagem de uma equipe.
O Palmeiras
começou bem no comando do Oswaldo, mas parece que a partir do Brasileirão, o
time não tinha mais mobilidade em campo. Essa mobilidade foi trazida de volta
após a chegada de Marcelo Oliveira.
Fui contra e
sempre serei a priorizações. Foi totalmente arriscado deixar o Brasileirão de
lado e, apesar de ter dado certo, o Palmeiras não apresentava um grande
futebol, o que gerou revolta e desconfiança da torcida. Mas na final tudo mudou
e saímos campeões em 2015, de volta à Libertadores da América.
Agora não vejo
necessidade de baciada. Vejo necessidade de contratações pontuais, mantendo uma
base com Prass, Lucas, Vitor Hugo, Zé Roberto, Robinho, Dudu, Gabriel Jesus,
Arouca, Matheus Sales, Barrios, etc.
Encerramos 2015
comemorando, não lamentando! Que venham mais anos assim! Isso sim é Palmeiras!
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Palmeiras comemorando o título: principal façanha de 2015 (ge.com) |
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