Mazembe e Raja Casablanca - As duas maiores zebras da história dos mundiais de clubes

2010 e 2013 são dois anos que não sairão tão cedo da memória de quatro torcidas do futebol mundial. Duas delas, de uma maneira positiva: Mazembe e Raja Casablanca. As outras duas, de forma negativa: Internacional e Atlético Mineiro. Estes foram os dois únicos anos em que o representante sul-americano no Mundial de Clubes não chegou à final para enfrentar o campeão europeu. Vamos agora, relembrar um pouco do que aconteceu naquelas duas edições de mundial. 

Internacional 0-2 Mazembe: O ano foi 2010. De um lado o campeão da Taça Libertadores e super favorito, Internacional. Do outro o campeão africano e azarão, Mazembe. Os gaúchos entraram como favoritos no torneio que naquele ano, foi realizado nos Emirados Árabes. Na disputa, a  chance de jogar contra a Internazionale, campeã naquela ocasião da Liga dos Campeões. Até então, nunca um time que representava o continente sul-americano havia caído na semifinal. Poucos imaginavam, mas isso estava prestes a mudar. 

O jogo: O internacional dominou. Foram 23 chutes do Internacional contra 12 do Mazembe. O Inter abusou, "brincou" de perder gols. O Mazembe que apesar de ter tentado chutar menos vezes, acertou mais chutes a gol. foram 7 contra 6 do colorado. O Internacional também teve mais posse de bola. O campeão da Libertadores teve 53% da bola em seus pés, mas nada disso funcionou. Os africanos foram mais eficientes. Dos 7 tiros que foram no gol defendido naquela ocasião, por Renan, o Mazembe fez dois gols. Mulota Kabangu e Dioko Kaluyituka marcaram para o time da República Democrática do Kongo. O sonho do Internacional de chegar à sua segunda final e ser bicampeão mundial chegou ao fim, de maneira melancólica. Além da dor da derrota, os jogadores e principalmente os torcedores do time brasileiro sabiam, que teriam que enfrentar as piadas que surgiriam, principalmente pela torcida do maior rival, Grêmio. As piadas surgiram e permanecem até hoje.

Atlético Mineiro 1-3 Raja Casablanca: 2013 foi a vez do Marrocos sediar a competição FIFA. O representante sul-americano na ocasião, com a missão de não dar vexame e ser campeão pela primeira vez era o Atlético Mineiro. O clube brasileiro, que contava com Ronaldinho, Jô, Josué, entre outros jogadores renomados do nosso futebol tinha a missão de derrotar os donos da casa Raja Casablanca e enfrentar o poderoso Bayern na final do torneio. 

O Galo foi para o mundial embalado pela ótima campanha na Taça Libertadores. Uma primeira fase espetacular, com shows de Ronaldinho e companhia fizeram o time mineiro passar para as oitavas com a melhor campanha da fase de grupos, inclusive goleando alguns adversários. Na fase mata-mata a técnica deu lugar a jogos emocionantes, então, foi a vez da estrela de Victor brilhar em muitas decisões.

O jogo: Para confirmar o bom ano e fazer a final do mundial contra o poderoso Bayern de Munique, o Atlético precisava passar pelos donos da casa, o Raja Casablanca. Enquanto o clube brasileiro estreava no torneio, o time do Marrocos já havia vencido seus dois primeiros jogos que disputou para poder chegar a semifinal. Auckland City e Monterrey foram as vítimas dos marroquinos. Mesmo assim poucos esperavam o que estava por vir. 

O Galo entrou em campo confiante, confiança que começou a se perder quando os brasileiros perceberam que o Raja não era time "bobo". Os donos da casa abriram o placar com Iajour e Ronaldinho empatou para o Atlético. Gol que apenas "iludiu" os atleticanos que mais tarde presenciaram algo incrível, o time marroquino faria mais dois gols, com Moutouali e Mabide. 

Seguindo o exemplo do Inter em 2010, o Atlético aprendeu que de nada adianta ter mais posse de bola e chutes, caso o ataque não dê conta do recado. Os brasileiros ficaram com 54% da posse de bola e chutaram a gol 8 vezes contra 4 do time africano. Em vão, pois quem avançou à inédita final contra o Bayern, foi o simpático Raja Casablanca.