Caros amigos, dois jogos movimentaram o grupo B da Copa América chilena. Um joguinho, pela qualidade apresentada, entre uruguaios e jamaicanos. E um jogaço, pela carga de emoção, entre argentinos e paraguaios. Vamos às partidas:

 Uruguai 1 x 0 Jamaica

Na partida de abertura do grupo, o Uruguai mostrou que sua vida é complicada, quando precisa propor o jogo. Em Antofagasta, no Estádio Regional Calvo y Bascuñan, a Celeste Olímpica sofreu demais para vencer a Jamaica.

O gol salvador foi marcado na famigerada bola parada, por Cebolla Rodriguez aos 7 minutos da etapa complementar. 

O time de Óscar Tabarez, que defende o título conquistado na Argentina-2011, sofre demais neste estilo de confronto, isto é, ser o protagonista ao invés de trabalhar como azarão. 

Já o time de Winfried Schafer, alemão técnico da Jamaica, tem boa organização e endureceu a parada. Faltou qualidade nas conclusões que apareceram. 

Os uruguaios lideram a chave B com 3 pontos e os Reggae Boys, convidados para a disputa sul-americana (apesar de, geograficamente, estarem no Caribe) seguram a lanterna.

Argentina 2 x 2 Paraguai

Uma partida que só os verdadeiros amantes do futebol entendem. Em La Serena, no simpático Estádio La Portada, a forte Argentina e o pobre Paraguai. Prognósticos de goleada, show e tudo mais. Pois é. Não foi o que aconteceu.

No 4-3-3, a seleção albiceleste de Gerardo Martino jogou como quis no primeiro tempo.

Messi estava solto para passear por onde quisesse, ainda mais por ter Victor Cáceres em seu encalço – o que desarma qualquer marcação. Di Maria mostrou uma condição diferente daquela apresentada no Manchester United, embora esteja longe das exibições feitas na Copa do Mundo. Aguero e seu faro de gol dispensam comentários.

Os albirojos apostaram em uma marcação baixa. A palavra da moda é compactação, mas eu prefiro ferrolho. No 4-1-4-1 (quase num 9-1) de Ramón Diaz, o experiente Roque Santa Cruz era o único atacante ou, melhor que isso, o primeiro zagueiro.
Na etapa inicial, um time e um sparring. A Argentina sufocou o time adversário, adiantando as linhas. Uma assustadora posse de bola de 80%, combinada com finalizações. Contudo, o goleiro Anthony Silva havia feito apenas uma defesa de porte, em escanteio venenoso cobrado por Di Maria, aos 13.

Só que, por conta do recuo excessivo e da proposta de jogar por uma bola, os erros não poderiam acontecer. 

Samudio ignorou essa dica e pagou para ver, isto é, errou para atestar.

Aos 28, o lateral-esquerdo, ex-Cruzeiro, atrasou uma bola horrível que se tornou um passe perfeito para Aguero driblar o goleiro e mandar para a rede. 1 a 0 para Los Hermanos. 

O genro do Maradona, aliás, o astro do Manchester City, até aqui, não havia feito nada na partida. Enquanto isso, Carlitos esperava no banco.

Como bobeira pouca é bobagem...

Nove minutos depois, o mesmo Samudio abalroou Di Maria e o juiz colocou na cal. Achei pênalti, muitos não entenderam assim. 

Messi acabou com a discussão, batendo cruzado. 2 a 0.

Com base na tese de Marta Suplicy, a Argentina relaxou e achou estar com o controle do jogo nas mãos. E de fato estava.

A volta do segundo tempo, em contrapartida, mostrou o contrário. O Paraguai, em função da entrada de Derlis Gonzáles, melhorou depois de 10 minutos cambaleantes.

Sim, os hermanos ainda estavam com a faca, o queijo, a fome e todo o resto sobre sua posse. Mas o esporte é o futebol e tudo pode acontecer.

Tanto pode que Haedo Valdéz acertou um chute lindo no ângulo de Romero, que, embora estivesse um pouco adiantado, poderia fazer algo melhor. 

Gol de honra, com um plus a mais – como diria o outro.

Apresentação elogiável do atacante do Eintracht Frankfurt, caindo pela direita como auxiliar do Aguilar por diversas vezes, na estratégia

O jogo mudou sua cara, ficou mais bonito e dinâmico. Gols poderiam surgir.

Com Messi, aos 17, em arrancada à la Messi, empilhando marcadores e o goleiro. Mas o arremate não foi do mesmo nível.

Com Pastore, em chute cruzado defendido por Silva, aos 21.

Com Haedo Valdéz, de letra, aos 25, após cruzamento rasteiro de Gonzáles. Cáceres também poderia ser um pouco mais perspicaz e se jogar na bola, no 2º pau, depois do desvio do atacante.

Com Samudio, em chute potente da entrada da área. Contudo, Romero se redimiu e evitou a redenção do lateral paraguaio, aos 31.

Com Di Maria e sua bomba de pé esquerdo, em passe açucarado de Carlitos Tévez, no contra-ataque. Silva, orgulhoso, não deixou. 

É, foi assim. Mais rápido do que eu podia anotar. Superando as minhas expectativas que eram de um jogo fácil, como citei na abertura deste post, com goleada argentina. Ledo engano. Ainda bem!

O Paraguai já havia nivelado as ações há tempos. Poderia ter sucumbido contra o poderio ofensivo adversário, afinal era o time vice-campeão mundial, que foi derrotado apenas na prorrogação para uma forte Alemanha. 

Mas não. Como disse Nelson Haedo Valdéz ao final do jogo: “bom paraguaio não se rende”.

Quarenta e quatro minutos. Falta na intermediária. Ortigoza cobrou, sem força, na ponta esquerda para abrir a marcação na área congestionada. Da Silva escorou para o meio e Lucas Barrios, livre, de frente, bateu no contrapé de Romero. 

Era o empate indescritível para um paraguaio de coração, mas argentino de nascimento – sondado pelo Palmeiras, que quer sua 89ª contratação no ano. 

Jogão em La Serena. 2 a 2. Resultado igual, com sabores ambíguos. O Paraguai pode dar um passo enorme para a classificação diante da Jamaica, caso vença. E a Argentina vai suar para vencer o Uruguai. Ambos os jogos são na terça-feira. 


Destaques: 80 minutos. Esse foi o tempo que Cristian Rodriguez ficou em campo com a camisa do Grêmio em 2015, por conta de lesões. Na Seleção, o Cebolla, como é conhecido, joga muito. Vai entender...

Sem derrotas. Apesar do empate com sabor amargo, a Argentina jamais perdeu para o Paraguai na história da Copa América. Foram 23 jogos disputados.


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