Caros amigos, o Brasil viveu um fim de semana de decisões nos campeonatos estaduais, ao mesmo tempo, a Espanha teve uma rodada quente.

Na rodada de meio de semana, o Barcelona bateu o Getafe por 6 a 0, o Real Madrid venceu o Almería por 3 a 0 (ambos sob os seus domínios) e o Atlético de Madrid venceu por 1 a 0 - fora de casa - o Villarreal.

Infelizmente, por conta do horário, não pude acompanhar nenhuma das três partidas. Por isso, entre postar uma análise meia-boca e não postar, decidi não trazer o post da 34ª rodada. 

Vamos analisar a 35ª rodada, com jogos movimentados na parte de cima da tabela e definições na parte de baixo.

Córdoba 0 x 8 Barcelona

Os catalães voltaram ao Nuevo El Arcángel, após 40 anos, para definir a vida de seu adversário. Com os 8 gols sofridos, os verdolagos retornam à Liga Adelante na temporada 2015-16.

Com 30ºC na primavera da Andaluzia, os quarenta primeiros minutos foram arrastados demais – lembrou muito os jogos dos campeonatos estaduais em suas fases de classificação. Chega a ser engraçado olhando o placar final, mas o Barça transpirou em demasia (não só pelo calor) para chegar aos gols.

O 4-3-3 de Luis Henrique precisou de movimentação e aproximação para encontrar espaços na defesa do Córdoba. Postado no 5-4-1 (ou no 10-0), o time andaluz queria perder de pouco, pois sequer foi capaz de ultrapassar a linha de meio-campo.

As inversões de bola trouxeram profundidade ao Barcelona, que aos 41 minutos, em passe às costas da marcação, de Messi para Rakitic, abriu o placar. Cinco minutos depois, Iniesta lançou Suárez, que, atrás da marcação, deu um tapa na bola por baixo de Juan Carlos. 2 a 0.

Se no meio de semana, diante do Getafe, os culés tiraram o pé, na partida deste fim de semana, a equipe continuou com fome de gol. Já na primeira volta do relógio, Messi aparou – de cabeça – o cruzamento de Daniel Alves e fez o terceiro.

Aos 7, com novo passe de Daniel, Suárez testou cruzado e, após desvio na trave, marcou o 4° tento do Barça. O pistoleiro ainda faria seu primeiro hat-trick, fechando a goleada pouco antes do fim da partida, escorando o chute desviado de Xavi.

Piqué de cabeça aos 20, Messi de bico (antecipando Neymar) aos 34 e Neymar de pênalti (mandraque, por sinal) aos 39, anotaram suas marcas no passeio catalão.

Neymar, mesmo com o gol, esteve em baixa. O brasileiro perdeu duas chances na pequena área. Talvez tenha guardado seu arsenal para descarregar contra o Bayern na quarta-feira.

O placar é acachapante e, além dos três pontos conquistados, o Barcelona eleva demais seu moral para a partida de ida da Liga dos Campeões.

Atlético de Madrid 0 x 0 Athletic Bilbao

Partida de bom nível na capital espanhola. Mais pela volúpia física apresentada do que pela técnica apurada dos jogadores.

Vale uma pitada histórica para explicar que, dado o sucesso do Athletic Bilbao, foi criada uma espécie de filial na capital Madrid, por um grupo de estudantes bascos, no início do século passado. A equipe recebeu o nome de Atlético de Madrid.

Bem, seria necessário um espaço maior para apresentar todo o processo e prometo retomar essa irmandade dos Leones com os colchoneros, ao final da temporada – quando as partidas dão lugar às histórias.

Simeone modificou algumas peças no 4-4-2, graças ao desgaste de seus jogadores. Raúl García e Torres, nas vagas de Arda Turan e Mandzukic, por exemplo.

Ernesto Valverde, técnico que faz um bom trabalho no time basco, teve um 4-2-3-1 diferente, especialmente na defesa, com Iago Herrerín no gol (barrando Iraizoz), De Marcos deslocado pela lateral-esquerda e Bustinza na lateral-direita.

As chances foram mínimas. Os bascos começaram em cima, com atacantes de velocidade Iñaki Williams à esquerda e Kike Sola entre os zagueiros. Entretanto, foram os madrilenhos que assustaram com o chute de Raúl García – a bola saiu à esquerda do gol.

De forma controlada, o Atleti foi adiantando suas linhas para sufocar a defesa adversária. Assim, aos 40 do tempo inicial, El Niño Torres agarrou e foi agarrado por Laporte – ao estilo centroavante trombador –, e desviou a bola para defesa arrojada de Herrerín.

Na volta do intervalo, a arbitragem interveio negativamente em dois lances. Logo aos 4 minutos, Tiago deu uma cavadinha para a infiltração de Griezmann na área. Em posição legal, o francês bateu cruzado e marcou – todavia o lance foi impugnado.

Aos 25, o momento mais estarrecedor do jogo. Arda Turan, substituto de Raúl García, cruzou com a canhota. Tiago – em condição legal, concedida por três zagueiros – antecipou Herrerín e mandou para as redes. Novamente, o gol colchonero não valeu.

Já nos acréscimos, Bustinza quis simular falta e acabou indo para o chuveiro um minuto antes do tempo. Em suma, não era dia de gols.

Sevilla 2 x 3 Real Madrid

O típico jogo vencido por um time campeão, embora ainda tenha um rival do gabarito do Barça. Havia uma série invicta de 35 jogos do Sevilla no Ramón Sánchez Pizjuán, desde 14 de fevereiro. Não há mais. Um tal de Cristiano Ronaldo bateu no peito, literalmente, e mostrou como se vence em um clima tão hostil.

No 4-2-3-1, os sevillistas comandados por Unai Emery impuseram uma blitz no primeiro minuto. Porém, foram murchando à medida que seus adversários cadenciavam a posse da bola e o ambiente, pois a temperatura estava em 32º C – sem contar o apoio fervoroso dos torcedores que lotaram a casa.

Bola nos pés merengues – de uniforme preto na partida – é altamente perigoso. Ainda mais, quando se tem um jogador a menos para marcar. Aos 30 minutos, Krychowiak acertou a cabeça de Sérgio Ramos com o nariz e o “melado” escorreu.


Pois bem, enquanto o volante polonês tinha seu sangramento estancado, o Real Madrid abriu vantagem. 

Aos 35, após cruzamento da esquerda, o gajo testou no contrapé de Rico e movimentou o placar.

Logo em seguida, Chicharito raspou levantamento de James Rodrigues e Ronaldo, de novo ele, colocou a sola da chuteira na bola, que morreu no fundo da rede. 2 a 0.

Ah, passados dez longos minutos, Krychowiak voltava à cabeça da área do Sevilla. Lambança padrão várzea.

O time da casa ainda tentou voltar para a disputa, com o gol de pênalti de Bacca, no tempo de recuperação do primeiro tempo.

Na volta para o segundo tempo, os rojiblancos impuseram pressão no ataque. Porém a pontaria deixou a desejar.

Gareth Bale, voltando de lesão na panturrilha, entrou em campo na etapa complementar e contribuiu na construção da vitória. Foi do galês o passe no 2º pau, que Cristiano Ronaldo esbanjou categoria para cabecear – deslocando o goleiro Rico – e fazer um hat-trick.

Iborra, depois de jogada individual de Aleix Vidal pela direita, bateu cruzado e diminuiu a diferença. 3 a 2 sensacional.

Para a torcida do Sevilla, é legal dizer: foi bom enquanto durou, para a invencibilidade no caldeirão andaluz. Por certo, a lógica veio à tona, pois, algum dia a quebra da sequência de resultados aconteceria. Não é por isso que a boa campanha da equipe na Liga BBVA e ainda viva na busca pelo bi da Europa League, será deixada de lado.

Em contrapartida, os madridistas têm força, tradição e esperança para crer em um tropeço culé para erguer o troféu. Se não der na Espanha, o “prêmio de consolação” pode ser a undecima na Champions.


Destaques: Segundo maior artilheiro do Real Madrid. Com o triplete de ontem, Cristiano Ronaldo ultrapassou Alfredo Di Stéfano e se tornou o segundo maior goleador do time merengue, com 219 gols. Raúl González ainda lidera a lista com 228 tentos.

Rebaixado! Alegria de um, tristeza de outros. Com a derrota para o Barcelona, o Córdoba não consegue mais sair da zona maldita. São apenas três triunfos em 35 jogos até aqui.

Briga para sair da “confusão”. Ainda há duas vagas para o rebaixamento na Espanha e muitos times não interessados em “conquistá-las”. Entre Getafe, Levante, Eibar, Almería, Deportivo La Coruña e Granada sairão os companheiros do Córdoba rumo à divisão de acesso da Espanha.

Meu Deus! Desde a atuação memorável (ironia ligada) de Carlos Amarilla no Pacaembu, em 2013 – no empate que tirou o Corinthians da Libertadores contra o Boca Juniors – eu não via uma arbitragem tão ruim como a do senhor Santiago Jayme Latre. Foram dois gols inacreditáveis anulados do Atlético de Madrid. Não sei como foi a entrevista de Diego Simeone após o jogo, porém, não deve ter sido educada.

Ainda temos um jogo na segunda-feira. A classificação, por ora, está assim:

Resultados 35ª rodada
Real Sociedad 3 x 0 Levante (Sexta-feira)

Córdoba 0 x 8 Barcelona (Sábado)
Atlético de Madrid 0 x 0 Athletic Bilbao
Sevilla 2 x 3 Real Madrid
Deportivo La Coruña 1 x 1 Villarreal

Espanyol 1 x 1 Rayo Vallecano (Domingo)
Getafe 1 x 2 Granada
Valencia 3 x 1 Eibar
Málaga 1 x 2 Elche

Almería 2 x 2 Celta de Vigo (Segunda-feira)
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